quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ELEIÇÕES NA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL: CATIRIPAPOS E POUCA POLÍTICA EM EXTREMOZ.


Com uma área de 125,7 km² e uma população de 24.600 habitantes (IBGE, 2011), o município se localiza no chamado Leste Potiguar e se caracteriza por ter uma taxa de urbanização relativamente alta (64,2%) e por ter um atrativo turístico reconhecidamente importante, que é a praia de Genipabú. A cidade localiza-se a apenas 14 km de Natal, e recebe diretamente a influencia dessa cidade O PIB, estimado em R$ 369,5 milhões (IBGE, 2008), tem como maior responsável o setor secundário com 51,8% dele, vindo a seguir o setor terciário com 36,3% e o setor primário com 11,9% do PIB local.

Examinar o resultado eleitoral de Extremoz requer um pouco de paciência. Lá também se repetiu o que aconteceu em outras cidades, ou seja, a ruptura entre o prefeito e o vice, gerando duas candidaturas. Gileno Guanabara, figura conhecida entre os mais velhos militantes da esquerda potiguar, já que tivera uma passagem pelo antigo PCB e , a seguir, ingressou no PMDB aluizista, entrara no PT e formou chapa com o atual prefeito, Klaus Rêgo (PMDB), que venceu as eleições de 2008.

Klaus Rego (PMDB)
Nestas eleições o prefeito rompeu sua aliança com o PT e foi buscar abrigo no sistema governista, formando coligação com o DEM. Recebeu o apoio do PDT (que faz oposição do DEM no estado) e de pequenos partidos, inclusive da franquia do deputado estadual Fábio Dantas (o PHS). Daí nasceu a coligação “Extremoz Cada Vez Mais Forte”. A governadora Rosalba Ciarlini fez campanha ao lado do prefeito e lançou seu peso político nessa candidatura.

O prefeito teve, desde a sua eleição, em 2008, que enfrentar várias acusações e processos, entre eles o da Procuradoria Regional Eleitoral que pediu as anulações das eleições de 2008 devido ao flagrante uso do poder econômico por parte da chapa Klaus/Gileno (ver em http://www.noticiasdorn.com.br/2009/04/prern-e-favoravel-novas-eleicoes-em.html ), mas conseguiu manter sua candidatura.

Por outro lado, a candidatura do ex-prefeito Enilton Trindade (PR), que governou entre 2000 e 2008, foi ungida pelo deputado federal João Maia (PR), teve o apoio do PSD de Robinson Faria, do PSB wilmista e do PCdoB.

Como em toda e qualquer campanha destituída de qualquer rasgo de pundonor, os dois principais candidatos se engalfinharam numa disputa em que o ritmo foi ditado pelas baixarias de lado a lado, fartamente documentadas pelas redes sociais. É bom lembrar que o atual prefeito foi vice de Enilton, ou seja, escancara-se uma briga despolitizada pelo poder, baseada em acusações e ações que colocaram a situação do município em segundo plano. A disputa eleitoral passou a ser uma rinha.

O terceiro candidato foi o vereador Djalma Sales, o “Macho” (PSDB), um pescador que estava no seu segundo mandato, lançou sua candidatura e inicialmente foi apoiado pelo PCdoB, PT do B e PSDC, e que posteriormente formou a coligação com o minúsculo PT do B. O “Macho” esperava ser uma “alternativa” ao “despotismo” do atual prefeito, num discurso repetitivo e monótono de lideranças que querem ser, antes de tudo, vistas como “nascidas do povo”.
Um outro postulante foi o professor e engenheiro Carlos Nazareno (PPS), que formou uma coligação com pequenos partidos (PRTB/PV/PTC), sem grandes pretensões. Já a candidatura do vice-prefeito e, agora, opositor de Klaus Rego, Gileno Guanabara, trás a marca do ocaso político de quem já foi uma referência para um segmento das esquerdas potiguares, mas que ofereceu seu nome a uma chapa encabeçada por José Agripino, não conseguiu forjar nenhuma aliança e sua candidatura estava fadada ao fracasso, o que afinal aconteceu, amargando ridículos 0,95% dos votos.

Utilizando descaradamente a máquina administrativa e o peso político dos apoios, o atual prefeito foi reeleito com 47,03% dos votos, deixando bem atrás o ex-prefeito Enilton, que ficou com 26,25% dos votos. A disputa acirrada acabou se refletindo na composição da Câmara de Vereadores: o governo fez uma bancada de 6 vereadores (PMN, 4 e PMDB, 2) e a oposição 5 (PSD, 2; PMDB, 2 e o PCdoB 1). Note-se que o PR, partido Do ex-prefeito Enilton, não elegeu nenhum vereador, perdendo as duas cadeiras que detinha assim como o PSB wilmista que perdeu as duas cadeiras. Destaque para o PMN que não tinha representação e agora passa a ter 4 cadeiras.

A eleição em Extremoz revelou que o jogo político, longe de se constituir num espaço em que deveriam ser apresentadas propostas programáticas ou que, pelo menos, o cidadão pudesse se identificar com algum tipo de ideologia, mas se adéqua à imagem de uma luta de “vale tudo”, onde as regras mínimas de comportamento são deixadas ao lado e o cheiro fétido das intrigas e fofocas parece prosperar.

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