Com uma área de 125,7 km² e uma
população de 24.600 habitantes (IBGE, 2011), o município se localiza no chamado
Leste Potiguar e se caracteriza por ter uma taxa de urbanização relativamente
alta (64,2%) e por ter um atrativo turístico reconhecidamente importante, que é
a praia de Genipabú. A cidade localiza-se a apenas 14 km de Natal, e recebe
diretamente a influencia dessa cidade O PIB, estimado em R$ 369,5 milhões
(IBGE, 2008), tem como maior responsável o setor secundário com 51,8% dele,
vindo a seguir o setor terciário com 36,3% e o setor primário com 11,9% do PIB
local.
Examinar o resultado eleitoral de
Extremoz requer um pouco de paciência. Lá também se repetiu o que aconteceu em
outras cidades, ou seja, a ruptura entre o prefeito e o vice, gerando duas
candidaturas. Gileno Guanabara, figura conhecida entre os mais velhos
militantes da esquerda potiguar, já que tivera uma passagem pelo antigo PCB e ,
a seguir, ingressou no PMDB aluizista, entrara no PT e formou chapa com o atual
prefeito, Klaus Rêgo (PMDB), que venceu as eleições de 2008.
Klaus Rego (PMDB) |
Nestas eleições o prefeito rompeu sua
aliança com o PT e foi buscar abrigo no sistema governista, formando coligação
com o DEM. Recebeu o apoio do PDT (que faz oposição do DEM no estado) e de
pequenos partidos, inclusive da franquia do deputado estadual Fábio Dantas (o
PHS). Daí nasceu a coligação “Extremoz Cada Vez Mais Forte”. A governadora
Rosalba Ciarlini fez campanha ao lado do prefeito e lançou seu peso político
nessa candidatura.
O prefeito teve, desde a sua eleição, em
2008, que enfrentar várias acusações e processos, entre eles o da Procuradoria
Regional Eleitoral que pediu as anulações das eleições de 2008 devido ao
flagrante uso do poder econômico por parte da chapa Klaus/Gileno (ver em http://www.noticiasdorn.com.br/2009/04/prern-e-favoravel-novas-eleicoes-em.html
), mas conseguiu manter sua candidatura.
Por outro lado, a candidatura do
ex-prefeito Enilton Trindade (PR), que governou entre 2000 e 2008, foi ungida
pelo deputado federal João Maia (PR), teve o apoio do PSD de Robinson Faria, do
PSB wilmista e do PCdoB.
Como em toda e qualquer campanha destituída
de qualquer rasgo de pundonor, os dois principais candidatos se engalfinharam
numa disputa em que o ritmo foi ditado pelas baixarias de lado a lado,
fartamente documentadas pelas redes sociais. É bom lembrar que o atual prefeito
foi vice de Enilton, ou seja, escancara-se uma briga despolitizada pelo poder,
baseada em acusações e ações que colocaram a situação do município em segundo
plano. A disputa eleitoral passou a ser uma rinha.
O terceiro candidato foi o vereador
Djalma Sales, o “Macho” (PSDB), um pescador que estava no seu segundo mandato, lançou
sua candidatura e inicialmente foi apoiado pelo PCdoB, PT do B e PSDC, e que
posteriormente formou a coligação com o minúsculo PT do B. O “Macho” esperava
ser uma “alternativa” ao “despotismo” do atual prefeito, num discurso
repetitivo e monótono de lideranças que querem ser, antes de tudo, vistas como “nascidas
do povo”.
Um outro postulante foi o professor e
engenheiro Carlos Nazareno (PPS), que formou uma coligação com pequenos
partidos (PRTB/PV/PTC), sem grandes pretensões. Já a candidatura do vice-prefeito e,
agora, opositor de Klaus Rego, Gileno Guanabara, trás a marca do ocaso político
de quem já foi uma referência para um segmento das esquerdas potiguares, mas
que ofereceu seu nome a uma chapa encabeçada por José Agripino, não conseguiu
forjar nenhuma aliança e sua candidatura estava fadada ao fracasso, o que
afinal aconteceu, amargando ridículos 0,95% dos votos.
Utilizando descaradamente a máquina
administrativa e o peso político dos apoios, o atual prefeito foi reeleito com
47,03% dos votos, deixando bem atrás o ex-prefeito Enilton, que ficou com
26,25% dos votos. A disputa acirrada acabou se refletindo na composição da
Câmara de Vereadores: o governo fez uma bancada de 6 vereadores (PMN, 4 e PMDB,
2) e a oposição 5 (PSD, 2; PMDB, 2 e o PCdoB 1). Note-se que o PR, partido Do
ex-prefeito Enilton, não elegeu nenhum vereador, perdendo as duas cadeiras que detinha
assim como o PSB wilmista que perdeu as duas cadeiras. Destaque para o PMN que
não tinha representação e agora passa a ter 4 cadeiras.
A eleição em Extremoz revelou que o
jogo político, longe de se constituir num espaço em que deveriam ser
apresentadas propostas programáticas ou que, pelo menos, o cidadão pudesse se
identificar com algum tipo de ideologia, mas se adéqua à imagem de uma luta de “vale
tudo”, onde as regras mínimas de comportamento são deixadas ao lado e o cheiro
fétido das intrigas e fofocas parece prosperar.
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