Ontem, 18, a Câmara de Vereadores de Natal aprovou o reajuste auto-concedido dias antes e que provocou reação negativa em vários segmentos da sociedade.
Desta vez a Mesa Diretora apresentou a proposta completa, remendada, embora mantendo o mesmo viés insensível de antes. Vão ter reajuste sim, embora só a partir de janeiro de 2015 e se os deputados estaduais reajustarem seus subsídios.
Como é isso? O subsídio, que não é SALÁRIO, dos vereadores de Natal, tem como limite máximo 75,0% dos deputados estaduais. Qualquer cidadão que tenham um conhecimento mínimo do nosso vernáculo, sabe que a palavra “teto”, que é o que está escrito na lei, significa “limite máximo”.
O tal do “limite máximo” significa que se os nobres vereadores quiserem podem estabelecer como TETO, de 0% a 75% do subsídio dos vereadores, mas a gramática dos vereadores iguala “teto” a “normal”.
E ontem, com uma pequena claque vaiando os vereadores, estes solenemente reajustaram os subsídios e alguns, de forma patética tentaram justificar que “só” será em 2015. Mas como a matemática ensina que 2 + 2 = 4, até que surja algo novo, o gasto, pago pela sociedade, ao contrário do que alguns vereadores desinformados afirmam, aumentará. A lógica diz que se o número de vereadores passou de 21 para 29, teremos um impacto maior nos recursos destinados aos bolsos deles. E se o subsídio agora é x , em 2015 será de x.29+reajuste.
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| George: único voto contra. |
Não estavam presentes, o presidente da Câmara de Vereadores, Edvan Martins, que aliás faz tempo que não dá o ar da graça por lá, Albert Dickson e o prefeito Ney Lópes Júnior. Portanto estavam presentes 17 vereadores e a votação foi emblemática : 16 x 1. George Câmara (PCdoB), lembrou o descaso para com os servidores da Câmara, repetiu seu voto e dessa vez não teve que lidar com a deselegância de Adão Eridan (PR), embora o vereador Maurício Gurgel (PHS), tenha batido no bolso e duvidasse que “aqueles” que ficaram contra não iriam embolsar o reajuste. Ato circense.
A maioria esmagadora dos vereadores que votaram, e alguns deles que sequer foram reeleitos, mantém uma visão tosca sobre o que é ser um representante do povo, e que um vereador de Natal não deveria receber um subsídio desproporcional ao tamanho da cidade e de suas necessidades emergenciais.
Mas querer equilíbrio numa Câmara desequilibrada seria demais.
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