E
Natal amanheceu sem os serviços do glorioso DETRAN-RN, em greve desde o dia 13,
deixando em polvorosa os usuários dos seus serviços, que normalmente já não são
grande coisa; com a mesmice do transporte coletivo público (sic), que continua
caro e péssimo; e uma greve, deflagrada nesta segunda-feira (20), pelo
Sindicato em Educação Pública do RN (SINTE-RN), que exige uma reposição salarial de 34%.
No caso do DETRAN-RN, o Sindicato dos Servidores da Administração Indireta
(SINAI-RN) denuncia que o governo estadual não oferece plano de saúde e o
recebimento do vale-transporte, além do cumprimento do plano de cargos e
salários, aprovado na gestão anterior.
Ontem
também Natal viu uma grande manifestação, com cerca de sete mil manifestantes,
algo significativo nos dias de hoje, puxada principalmente por entidades poderosas em termos de
mobilização, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Grito da
Seca, que cobravam ação do governo estadual diante da estiagem que arrasou os
pequenos agricultores. O movimento “#Revolta do Busão” também esteve presente
no ato, ainda lutando pela revogação do reajuste de 9,0% das passagens do
transporte coletivo, ocorrida sábado (18) em Natal. Dessa vez a manifestação não foi reprimida pela polícia militar.
O
que se vê é que a somatória da “herança maldita” da administração Micarla de
Sousa e a inércia do governo estadual estão produzindo as reações da sociedade
e isso pode interferir no processo eleitoral de 2014. Todos os agentes
envolvidos pesam suas ações com um olho nestas eleições e o outro nos
resultados que podem obter a curto prazo. Ninguém é santo ou demônio.
Para
completar, a greve dos professores da rede pública municipal, que afeta mais de 50 mil
estudantes, põe em cheque certa atmosfera de crédito que o prefeito tinha diante
de certos movimentos sociais. Esmagado pelo caos administrativo e financeiro, a
prefeitura se vê as voltas com as necessidades da população, cada vez mais
impaciente com o estado calamitoso dos serviços públicos, municipais e
estaduais, e a dos trabalhadores, condenados a terem uma relação sempre tensa
com o governo já que não possuem legislação que permita, como na iniciativa
privada, uma negociação coletiva.
Após
cinco meses de gestão, o governo municipal vem apresentando sinais de estresse
político, tendo que manter uma base de apoio extremamente frágil, baseada no
velho troca-troca, na Câmara Municipal; a oposição furibunda da tríade
revolucionária da aliança PSTU-PSOL, que aposta na candidatura de sua musa, a
inquieta vereadora Amanda Gurgel (PSTU) em 2014; a oposição meio envergonhada do PT de
Natal, que divide-se entre a logorreia de Fernando Lucena e o discurso moderado
de Hugo Manso e uma eleição pela frente.
A espada de Damocles paira sobre a administração municipal e espera-se que o prefeito se movimente e movimente seus peões para recuperar a credibilidade diante da população ou pelo menos de parte dos movimentos sociais, o que será essencial para a sua sobrevivência política.
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