segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O CEIFADOR E A GRANDE DANÇA MACABRA NUM APAVORADO RIO GRANDE DO NORTE

O Ceifador nos visitou de novo, como tem feito todos os finais de semana, quando as bestas saem da escuridão e vão espalhar o horror de uma sociedade decadente e hipócrita. Foram 26 mortes, a maioria esmagadora de pessoas das periferias, o que deixa a classe média saboreando a ideia de que só morre quem é pobre e vive “metido nas drogas”, como se seus filhos não tivessem contato com essa praga social, que já se instalou da sociedade do século XXI.

Jovens assassinados dentro de casa por homens armados geraram um comentário patético do comandante da PM do RN. Segundo o nobre comandante a PM não pode fazer muita coisa se as pessoas morrem dentro de casa. É verdade, desde que não sejam mortas pelas casas e sim por pessoas que invadem as casas. Um jovem morto por um grupo de outros jovens, com requintes de bestialidade, aparentemente por que vestia a camisa do América-RN, levou o mesmo comandante a afirma que não se pode acusar as torcidas organizadas dos times, verdadeiras falanges fascistas, que disseminam o ódio e são sustentadas pelas direções demagógicas e oportunistas desses clubes, além de serem dirigidas pelos “filhinhos da classe média”, com seus podres poderes, aterem trucidado o menino de dezesseis anos.

O Ceifador encontrou um campo de colheita muito bom nas terras potiguares, já que o aparelho de estado está completamente deformado e destruído, ancrônico na forma e podre no seu conteúdo. As pessoas que vêem isso se refugiam no campo do medo, que gera o clamor à “justiça final”, ou seja, a “porradaria” deve “comer no centro”, ou seja, deve-se liberar  fúria oficial sobre os vagabundos. O problema é que há “vagabundos” nas periferias e os vagabundos que fornecem as drogas, que realizam reuniões para cheirar drogas, que zombam da sociedade com seus carros suntuantes. Que vestem roupas de grife e se comportam como vermes rastejantes com ações e atitudes que os igualam a hienas.

Compartilhar vídeos de marginais sendo trucidados pelo povo ou morto na repressão é uma válvula de escape diante de uma sociedade abandonada. Sem Estado forte, com o poder da repressão sendo exercido na ponta do processo, com a extirpação dos financiadores e fomentadores da violência, não teremos nunca o retorno do mínimo da paz nas ruas e nas casas. Com esse judiciário que protege os nobres e deixa apodrecer os pobres nas suas cadeias fétidas e imundas, como acreditar que esse sistema pode ressocializar alguém? A droga, a bestialidade, a decadência, a hipocrisia, disseminadas e sem um governo que encare isso de frente, nos leva ao caos.

Escutando a música da banda Marduk, “La Grande Danse Macabre”, olho do terraço de classe média e vejo uma cidade doente, suja e com medo. Estamos no século das grandes descobertas e com um comportamento cada vez mais medieval. Somos aqueles que rezam e fazem postagens religiosas e descumprem as regras básicas de urbanidade achando isso normal. Somos os que rejeitam a participação política, entregam essa representação a elementos ridículos como um certo vereador cuja grande “obra” é a de distribuir picolés na periferia, e depois ficam choromingando nas redes sociais negando exatamente aquilo que fizeram.

E virá uma grande escuridão?

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Por Wellington Duarte. Tecnologia do Blogger.

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