sábado, 20 de dezembro de 2014

PAULOS WAGNER E MALUF : CULPA DOS "POLÍTICOS" OU DE QUEM OS ELEGE?



Nos meios mais “esclarecidos” da sociedade a aposentadoria do bufão Paulo Wagner nessa semana, bastou para provocar “fúrias em rede”, com pessoas esculhambando o sistema, os políticos e o diabo a quatro. Nesse mesmo mês, enquanto a Operação Lava a Jato, continua a produzir “chiliques de honestidade” em várias pessoas, Paulo Maluf teve seu futuro mandato “devolvido” pelo Supremo Tribunal Federal (STF), porque foi responsabilizado por várias roubalheiras ocorridas na sua administração, mas, coitado, foi sem dolo, ou “foi sem querer querendo” como anunciava o Chapolin Colorado.
O Bufão Paulo Wagner e o "sem querer querendo" Maluf : exemplos de uma sociedade hipócrita e doente
 A ira vestálica dos meios de comunicação, metidos até o pescoço em falcatruas fiscais; dos “muy honestos” senhores tucanalhas, cujos 500 kg de pó encontrados em um helicóptero, e que não era pó de arroz, ainda nem sequer foram explicados; e a sempre “honestidade” dos que bradam contra os políticos nas redes sociais, num verdadeiro circo patético em que se briga pra saber quem é o mais honesto, só pode ser visto como um sintoma de uma sociedade doente.
A “esquizonestidade” e a “honestiranoia”, termos cunhados para exemplificar como os surtos de honestidade vêm interagindo com a sociedade, revelam que num sistema político apodrecido e decadente, que se agarra com unhas e dentes a uma relação promíscua e incestuosa com o Estado, só pode gerar políticos desse naipe do Bufão Wagner e de Maluf. São encontrados em todos os estados, todos os partidos, todos os movimentos sociais, todos os sindicatos, todas as repartições públicas, todas as empresas, todas as comunidades, pessoas que se movem com essa prática. Boa parte delas que fazem discursos que poderiam estar sendo coroada como exemplos de preocupação com a “coisa pública”.
E se achamos que a aposentadoria de Paulo Wagner é uma tapa na cara de uma sociedade que quer ver menos roubos e privilégios, como explicar a nova bancada federal e estadual eleitas recentemente? E que não me venha dizer que “foi pelos pobres e ignorantes”, porque isso não cola mais. Como explicar os oito deputados federais eleitos? Foram votos “inventados” pelo sistema, ou são votos que expressam os interesses promíscuos de muitos segmentos dos potiguares, que durante o dia bradam contra a desonestidade e corrupção, e a noite ficam sonhando com as possibilidades de “entrar nos esquemas pra se dar bem”?
O sistema de representação parlamentar, feita atualmente no Brasil não pode gerar nada diferente do que vemos; o sistema Judiciário, corrompido de cima a baixo e com fortes interesses corporativos, não tem moral mais para julgar ninguém; categorias, como a dos médicos, que mergulharam no reacionarismo coletivo, engrossam esse exército de hipócritas, junto com agentes públicos da Polícia Federal, que tramam golpes nas suas repartições, sendo pagos pelo imposto que só beneficia os empresários.
A grande luta dos setores mais avançados da sociedade é do fazer avançar a Reforma Política e a democratização da mídia, veículos ainda possíveis de brecar essa deformação societária e COMEÇAR a tentar mudar o “paradigma da honestidade mentirosa”.

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