Nos
meios mais “esclarecidos” da sociedade a aposentadoria do bufão Paulo Wagner
nessa semana, bastou para provocar “fúrias em rede”, com pessoas esculhambando
o sistema, os políticos e o diabo a quatro. Nesse mesmo mês, enquanto a
Operação Lava a Jato, continua a produzir “chiliques de honestidade” em várias
pessoas, Paulo Maluf teve seu futuro mandato “devolvido” pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), porque foi responsabilizado por várias roubalheiras ocorridas na
sua administração, mas, coitado, foi sem dolo, ou “foi sem querer querendo”
como anunciava o Chapolin Colorado.
O Bufão Paulo Wagner e o "sem querer querendo" Maluf : exemplos de uma sociedade hipócrita e doente |
A
ira vestálica dos meios de comunicação, metidos até o pescoço em falcatruas
fiscais; dos “muy honestos” senhores tucanalhas, cujos 500 kg de pó encontrados
em um helicóptero, e que não era pó de arroz, ainda nem sequer foram explicados;
e a sempre “honestidade” dos que bradam contra os políticos nas redes sociais,
num verdadeiro circo patético em que se briga pra saber quem é o mais honesto,
só pode ser visto como um sintoma de uma sociedade doente.
A “esquizonestidade”
e a “honestiranoia”, termos cunhados para exemplificar como os surtos de
honestidade vêm interagindo com a sociedade, revelam que num sistema político
apodrecido e decadente, que se agarra com unhas e dentes a uma relação
promíscua e incestuosa com o Estado, só pode gerar políticos desse naipe do
Bufão Wagner e de Maluf. São encontrados em todos os estados, todos os partidos, todos os movimentos sociais, todos os sindicatos, todas as
repartições públicas, todas as empresas, todas as comunidades, pessoas que se
movem com essa prática. Boa parte delas que fazem discursos que poderiam estar
sendo coroada como exemplos de preocupação com a “coisa pública”.
E se
achamos que a aposentadoria de Paulo Wagner é uma tapa na cara de uma sociedade
que quer ver menos roubos e privilégios, como explicar a nova bancada federal e
estadual eleitas recentemente? E que não me venha dizer que “foi pelos pobres e
ignorantes”, porque isso não cola mais. Como explicar os oito deputados
federais eleitos? Foram votos “inventados” pelo sistema, ou são votos que
expressam os interesses promíscuos de muitos segmentos dos potiguares, que
durante o dia bradam contra a desonestidade e corrupção, e a noite ficam
sonhando com as possibilidades de “entrar nos esquemas pra se dar bem”?
O
sistema de representação parlamentar, feita atualmente no Brasil não pode gerar
nada diferente do que vemos; o sistema Judiciário, corrompido de cima a baixo e
com fortes interesses corporativos, não tem moral mais para julgar ninguém;
categorias, como a dos médicos, que mergulharam no reacionarismo coletivo,
engrossam esse exército de hipócritas, junto com agentes públicos da Polícia
Federal, que tramam golpes nas suas repartições, sendo pagos pelo imposto que
só beneficia os empresários.
A
grande luta dos setores mais avançados da sociedade é do fazer avançar a Reforma
Política e a democratização da mídia, veículos ainda possíveis de brecar essa
deformação societária e COMEÇAR a tentar mudar o “paradigma da honestidade
mentirosa”.
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